sexta-feira, 17 de agosto de 2007

CEARENSE CRIA MAPA EM LIBRAS



Rodrigo Machado: surdo de nascença começou a perceber cedo que não haviapadronização de sinais para os mapas geográficos (Foto: Fábio Lima) Rodrigo Machado será único sul-americano em evento internacional quediscutirá questões ligadas à surdez Ninguém é igual a outro. Todos são diferentes, mas com algumascaracterísticas comuns. Cada indivíduo aprende de uma forma própriadependendo de seus estímulos. O surdo enfrenta dificuldades a mais em seuaprendizado por não existir condições adequadas dentro da escola ecomunidade para o seu desenvolvimento intelectual. Movido pelo desejo de universalizar e facilitar conhecimentos para surdos,Rodrigo Nogueira Machado, de 23 anos, elaborou dicionário geográfico naLíngua Brasileira de Sinais (Libras) sobre mapas cartográficos. O seutrabalho foi tema de monografia para o Curso de Geografia na UniversidadeLuterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, Rio Grande do Sul. Surdo de nascença, para melhorar seus conhecimentos, principalmente emPortuguês, teve que sair de Fortaleza, onde não existe escolaespecializada e as escolas da rede normal de ensino ainda não oferecemcondições ideais para deficientes auditivos ou visuais. Foi para PortoAlegre, onde estudou no Colégio Concórdia e, em seguida, na Ulbra. Antesda pesquisa já demonstrava preocupação em difundir aprendizagem e elaborouuma trilha ecológica para alunos surdos de escolas públicas, no Parque daRedenção, na capital gaúcha. Nesta segunda-feira, Rodrigo embarca rumo à Dinamarca, onde participa docurso de formação de lideranças internacionais das comunidades surdasFrontrunners. Ele é o único sul-americano presente nesse evento. Na casa dos pais - Antônio e Aldenora Machado - Rodrigo "mata as saudades"e descansa antes da viagem que durará cinco meses. O casal tem seis filhosna família, quatro dos quais surdos. "Rodrigo sempre teve paixão pelageografia e na Ulbra definiu bem o caminho profissional seguido", conta amãe. Aldenora demonstra preocupação ao falar que Rodrigo, bacharel emGeografia, depois que voltar da Europa ainda não tem, no Ceará, ofertapara o mercado de trabalho. O jovem explica que o projeto da monografia foi motivado quando percebeuque faltavam sinais específicos sobre geografia na Libras. "O intérpretenão tinha uma tradução simultânea entre a fala do professor e osconteúdos. Assim, a gente perdia muita informação". O trabalho demoroucerca de um ano para ser concluído. Ele teve apoio do Instituto de Pesquisa e Acessibilidade da Ulbra, que, deforma pioneira, há dez anos disponibiliza intérpretes para que os alunospossam acompanhar as aulas. Sua principal dificuldade foi criar sinais dissociados da línguaportuguesa e mais próximos da estrutura lingüística da Libras. "Comecei apesquisar nas escolas quais e como os sinais eram utilizados. Cada escolavisitada usa um sinal diferente para a mesma palavra. Minha idéia foipadronizar tudo isso", afirma. Além do trabalho impresso, Rodrigo se filmou reproduzindo os sinais etransformou o material em CD-Rom e com isso, escalas, meridianos eparalelos foram ganhando representatividade adequadas para facilitar aaprendizagem dos surdos. "Estou feliz e quero divulgar o trabalho para ummaior número de pessoas possível", diz. Sua ida para a Dinamarca é resultado de seu esforço. Quando soube docurso, enviou currículo e com as suas qualificações foi um dos 16escolhidos no mundo para participar das aulas que incluem temas comohistória, línguas de sinais, questões profissionais e formação de surdoslíderes. Além do Brasil, o encontro terá jovens surdos da Noruega,Alemanha, Inglaterra, França, Bélgica, Tanzânia, Mongólia, Granada,Grécia, Eslóvaquia, Itália e Estados Unidos. Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=460780

2 comentários:

Anônimo disse...

Seria muito bom se cada profissional desenvolvesse algo parecido em sua área!
Parabéns Rodrigo





Andréia

Bárbara Ferreira disse...

Olá, gostaría de saber como ter acesso ao dicionário geográfico em Libras. Grata, Bárbara Ferreira